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Uma gestão de resíduos mais sustentável e circular na sua obra

  • Foto do escritor: Joana Giugliani
    Joana Giugliani
  • 23 de set. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de nov. de 2022


Fonte: Empreendimento Grandiflora in Zimt. Incorporadora Paludo – Canela, RS.


Uma obra sustentável passa, necessariamente, por uma Gestão de resíduos sustentável.


Para começar, precisamos entender que o atendimento à exigência legal é indiscutível. A questão é que cada municipalidade tem sua própria legislação, variando, no entanto, o grau de rigor. Sendo assim, para uma gestão sustentável, independentemente da região, precisaremos de um nivelamento ao adotar princípios básicos para o tratamento dos resíduos gerados em todos os processos da obra.


Algumas prefeituras exigem o PGRCC (Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil) a depender do porte da obra. Pense se não seria interessante, mesmo se não for exigido para a sua obra, desenvolver este projeto, da forma mais completa possível. É sempre recomendável!


1 - De qualquer forma, PLANEJE:

  • Os tipos de resíduos que serão gerados na sua obra

  • A Quantidade estimada que será gerada para cada um dos tipos identificados.

Com isso, faça os seguintes questionamentos para cada tipo de resíduo detectado:

  • Existe a possibilidade de reuso/reaproveitamento na minha obra ou em algum outro lugar? - Nos casos em que há demolição envolvida, essa pergunta é muito pertinente.

  • Existe a possibilidade de venda ou doação deste material?

  • Existe a possibilidade de logística reversa? - Por exemplo, algum fornecedor seu recolheria os resíduos do próprio material ou as suas embalagens? Aliás, você sabia que os fabricantes de tintas têm obrigação legal de coletar as suas latas?

  • Existe a possibilidade de reciclagem?

  • Quem poderia compor a cadeia de fornecedores para me apoiar nesta jornada? Quem recolheria, transportaria, receberia e trataria os resíduos? Todos os envolvidos contam com Licença de Operação em dia? Alternativamente, busque parceria com ONGs ou outras instituições. Você pode estar contribuindo com causas importantes!

Com essas informações reunidas e com o início das atividades de obra:


2 - IMPLEMENTE:

  • Rotinas para a organização e triagem dos resíduos gerados no canteiro. Faça uso de coletores e bags na fonte de geração e treine as equipes continuamente para que se organizem e separem os materiais no momento em que ocorre a atividade.

  • É importante prever no projeto do canteiro um ponto central para reunir os diferentes tipos de resíduos gerados, classificados por tipo. Muitos empreendedores optam pelo uso de caçambas estacionárias como recipientes de armazenamento. Não esqueça de identificar claramente os coletores (A resolução CONAMA 307 estabelece um código cromático e é uma ótima fonte de consulta)

  • Os resíduos perigosos exigem maior atenção, devendo ser armazenados em local coberto e com piso estanque, assim evitamos uma possível contaminação do solo exposto.

3 - MONITORE:

  • Faça o controle periódico dos fluxos de resíduos gerados e removidos do canteiro. Sugerimos o uso de planilhas de controle, que podem ser alimentadas semanalmente para estarem sempre atualizadas. Dessa forma, monitoramos os indicadores de sustentabilidade ao mesmo tempo que recolhemos as evidências para a obtenção de uma posterior Licença ambiental do empreendimento, se aplicável.

  • O Monitoramento pode resultar em indicadores importantes, como, por exemplo, o percentual de resíduos desviados de aterros e o percentual de resíduos reutilizados, além da quantidade real de resíduos gerados na obra. Esses dados podem alimentar projetos subsequentes e servir como benchmark para futuras estratégias de sustentabilidade.

  • Acima de tudo, tenha em mente a necessidade de evitar a geração de resíduos. Isso ocorre a partir de atitudes como o armazenamento e o transporte interno adequados dos materiais, uma execução cuidadosa, a possibilidade de devolução de embalagens e, ainda, um projeto que leve em conta o uso de tecnologias mais racionais ou que reduz a quantidade de materiais empregados.

A gestão sustentável de resíduos na obra é um processo que exige esforço e dedicação para ser concretizado. Mas tenha certeza de que, uma vez implementado, correrá com fluidez e naturalidade. E não esqueça de que, com isso, impactará uma vasta cadeia que vai muito além da sua obra!





Sobre a autora

Joana Giugliani é Arquiteta e Urbanista, gaúcha e adepta de um lifestyle consciente e de baixo impacto. É fundadora da empresa Bgreen e entusiasta da sustentabilidade e do bem-estar no ambiente construído.

 
 
 

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